É com imensa alegrias que comunico que no dia 17, o meu colega Elias Nogueira participa de uma noite de autógrafos do seu livro "Conversando com Elias" na livraria Bolívar em Copacabana, na cidade maravilhosa. O endereço é Rua Bolívar, 42 lj A.
Prefácio livro “Conversando com Elias”
por Silvio Essinger
A música é um vírus. E todo mundo tem na família, ou pelo menos conhece, alguém que foi tomado por ela. O contágio se dá na infância, mas a febre quase sempre se manifesta na adolescência. O cara cresce, arruma emprego, constitui família, ganha os primeiros cabelos brancos (ou perde cabelos) e lá está a música: correndo no sangue, provocando espasmos e comportamentos censuráveis, revelando-se salvação e perdição na mesma medida. Não tem tratamento, muito menos cura: é uma condição com a qual ele terá que viver.
Elias Nogueira é um desses portadores do vírus da música. Até hoje, não sei se ele toca um violão, uma gaitinha que seja. Se tentou a sorte com alguma banda, se alguma vez rascunhou sequências de acordes, alguma letra. Só o que sei, colegas que fomos no International Magazine, é que o vejo há alguns anos no ofício de entrevistador, nos bastidores dos eventos musicais, sempre com uma espirituosidade carioquíssima, pouco comum entre os que resolveram fazer do jornalismo uma profissão. Elias é um apaixonado pela música, e a escrita é o seu passaporte para o mundo dos criadores, aquele no qual nós, os infectados, sempre sonhamos em viver.
Seu livro, uma compilação de entrevistas realizadas ao longo de um punhado de anos (algumas em parceria), é um A (Autoramas, Arnaldo Brandão) a Z (Zé Ramalho, o saudoso Zé Rodrix) da boa música brasileira dos últimos tempos. Despido dos cacoetes da grande imprensa, Elias tem aquele pureza do fã, que vai na camaradagem e acaba quebrando as barreiras do artista. Revelações saborosas surgem, aqui e ali, num texto uncut, que preserva coloquialidade e paixão. Sexo, drogas, rock’n’roll. Mau comportamento. Lealdade a princípios. Lendas e verdades. Sem máscaras, sem artimanhas, o entrevistador se entrega ao seu trabalho. E venha o que vier.
Pesquisadores da música brasileira encontrarão um material borbulhante, não processado, para lá de nutritivo. Memórias preciosas de quem escreveu os primeiros capítulos da história do rock no país, como Ney Matogrosso e Gerson Conrad (dos Secos & Molhados), Erasmo Carlos, Dinho Leme (baterista dos Mutantes), Zé Rodrix (do Sá, Rodrix & Guarabyra), Arnaldo Brandão (d’A Bolha e do Hanói Hanói), Armandinho e Victor Biglione (dois dos guitarristas d’A Cor do Som). Ou então, de representantes das gerações posteriores (mas nem por isso menos importantes), como Barão Vermelho, Titãs, Autoramas e os Marcelos D2 (do Planet Hemp) e Yuka (d’O Rappa).
O rock dá o tom do livro, mas não é só o que o leitor há de encontrar. Lá estão também papos firmes com gigantes do soul (Hyldon, Sandra de Sá) e da música nordestina-global (Fagner, Zeca Baleiro, Zé Ramalho), e ainda com alguns dos nossos mais talentosos sambistas (Bezerra da Silva, Martinho da Vila e o inclassificável Jards Macalé). Dá para ver como é grande o amor de Elias Nogueira por esses invulgares músicos. Um amor que despreza os escaninhos criados pelo mercado para aprisioná-los e que chama a todos para a mesma festa.
Sem mais delongas, prepare-se para ter esse livro como companheiro pelas próximas horas, dias ou meses. E nunca é demais avisar: a paixão pela música é contagiosa. E se transmite, principalmente, pelo texto dos pacientes mais graves, como Elias Nogueira.
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Os entrevistados
Armandinho ( A Cor do Som)........................................
Arnaldo Brandão .........................................................
Autoramas ..................................................................
Barão Vermelho ..........................................................
Bezerra da Silva ..........................................................
Cachorro Grande ........................................................
Dinho Leme ................................................................
Erasmo Carlos ............................................................
Fagner e Zeca Baleiro ................................................
Gerson Conrad ...........................................................
Hyldon .......................................................................
Jards Macalé ..............................................................
Jefferson Gonçalves ...................................................
Marcelo D2 .................................................................
Marcelo Nova .............................................................
Marcelo Yuka .............................................................
Martinho da Vila .........................................................
Ney Matogrosso .........................................................
Rui Motta ...................................................................
Sandra de Sá ..............................................................
Titãs ..........................................................................
Victor Biglione ...........................................................
Zé Ramalho ...............................................................
Zé Rodrix ...................................................................
Entrevista com Eduardo de Moraes - Frontman do Finis Africae
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